sábado, 22 de setembro de 2012

TATO DE MÃE.

Um menino, com um breve poeminha à mão, entrou correndo pela porta do quarto dos pais, ansioso para que o lessem.


Encontrou os pais numa discussão acirrada a respeito de um tema que desconhecia.

À maneira que só as crianças conseguem fazer, ficou ali, ao lado, quase invisível, tentando ser escutado.

Pai, mãe, olha o que escrevi!

Repetiu esse acalanto algumas vezes, falando cada vez mais alto, tornando a balbúrdia no aposento quase insuportável.

Ninguém se entendia e todos queriam ser ouvidos.

Repentinamente, o pai, já sem paciência, tomou a folha de papel das mãos do filho, amassou com força e disse: Já não expliquei que agora não posso!?

Atirou o papelote na lixeira mais próxima, o que deixou o filho sem chão e repleto de lágrimas.

Mais tarde, a mãe, que não havia ficado satisfeita com a cena presenciada e se enchia de compaixão, procurou o menino.

Ela carregava na mão esquerda uma folha de papel enrugada. Tinha a expressão emocionada e condoída.

Filho... Foi você quem escreveu este poema?

O menino, que ainda estava cabisbaixo, apenas acenou com a cabeça que sim.

Que coisa mais linda! Você é um poeta, meu filho! Você é um poeta! –E abraçou, carinhosamente, a criança.

A partir daquele dia, diz a história desse menino, ele resolveu definitivamente ser poeta.

O relato é do próprio autor que conta que, se não fosse pela destreza e tato de sua mãe, possivelmente não se dedicaria à poesia.

Assim, graças à sensibilidade daquela mulher, o mundo pôde conhecer a arte e inspiração de Pablo Neruda.

O tato é essa capacidade que temos, ou não, de lidar com situações delicadas.

Saber dizer as coisas certas na hora certa. Saber calar. Saber abraçar e chorar junto.

Para se ter tato faz-se necessário desenvolver a empatia, essa capacidade sublime de colocar-se no sentimento do outro.

A amorosidade também faz parte da conquista do tato, pois tudo aquilo que é dito com amor, com carinho, tem muito mais chance de ser bem recebido pelo outro.

Ficamos a pensar quantos Neruda deixamos de conhecer no mundo, pela simples falta de tato de pais e educadores, que não promoveram o incentivo necessário ou que simplesmente abafaram, silenciaram talentos tão importantes.

Assim, olhemos nossas crianças com atenção. Operemos sempre com muito tato, psicologia, em tudo que façamos, falemos ou deixemos de falar a eles.

Nem sempre serão grandes talentos ou gênios.

Porém, um incentivo aqui, um elogio ali são os responsáveis primeiros pela formação de uma boa auto-estima.

Tratemos o lar como a terra que necessita estar sempre fértil, preparada para receber as mudas da filiação bendita, que Deus nos dá como presente e responsabilidade.

Redação do Momento Espírita.

Em 27.08.2012.





sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Não é hora.

Antonio Delfim Netto


A ideia escolar que os salários são proporcionais à produtividade marginal do trabalho é absolutamente falsa. A prova é visível. Brasília é, sem sombra de dúvida, onde é menor a produtividade do trabalho, mas ostenta os maiores salários do país!

Vemos armar-se um aparente tsunami reivindicatório de aumentos salariais. O apelo à greve é um direito do funcionalismo, mas é preciso haver responsabilidade e saber que há custos para eles, porque ela pune, basicamente, os direitos da população a quem deve servir.

Talvez seja interessante lembrar que, nos anos 80 do século passado, o Dasp (Departamento de Administração do Serviço Público) fazia pesquisas sobre níveis salariais do setor privado para tentar equiparar a eles os do setor público, ajustados pelo valor atual da vantagem da aposentadoria integral.

Nas funções mais claramente identificáveis e que exigiam mão de obra mais qualificada, os salários eram ligeiramente melhores do que os do setor privado. Talvez seja por isso que não existiam 10 milhões de candidatos preparando-se nos "cursinhos" de admissão do serviço público como hoje.

Em 1984 (quando o Brasil voltou a crescer 5,4% e já tinha superavit em conta-corrente), a situação salarial do funcionalismo estava equilibrada. A destruição do Dasp começou em 1986 e acabou gloriosamente em 1990. Desde então, cada grupo que se "ajeita", dispara uma corrida para a "equiparação" ou "isonomia"

dos que se consideram "atrasados".
Essa balbúrdia facilitou a confusão, dando a impressão equivocada de que o caos precede a ordem. Mas, como ensina o velho ditado, "é nessa confusão que morre o Tesouro Nacional"...

Não é fácil avaliar a qualidade, a razoabilidade e a justiça em cada reivindicação dos improváveis 250 mil que se dizem estar em greve causando enormes inconvenientes para a sociedade. Mas, se o número for verdadeiro, ele é uma amostra representativa (40%) de todo o funcionalismo civil federal na ativa, que é de 640 mil.

Com base nela, a razoabilidade das exigências parece ser muito precária. O rendimento real do setor público total entre janeiro de 2005 e março de 2012 (7,25 anos) cresceu nada menos do que 4,8% ao ano, contra 2,1% no setor privado.

O número total de funcionários na ativa cresceu à taxa de 2,2% ao ano. A "renda real" apropriada pelo funcionalismo federal (marajás e bagrinhos) aumentou no período 7,0% ao ano, enquanto o PIB cresceu a 3,8% ao ano.

Num momento de dificuldades como o atual, eles têm todo o direito de reivindicar, mas o governo tem o dever de resistir em nome da estabilidade que beneficia os "excluídos" 196 milhões de cidadãos brasileiros!



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Nem tudo é fácil. Cecília Meireles.



É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.

É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada

É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.

É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.

É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.

É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.

É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.

É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.

Se você errou, peça desculpas...

É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?

Se alguém errou com você, perdoa-o...

É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Se você sente algo, diga...

É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar

alguém que queira escutar?

Se alguém reclama de você, ouça...

É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?

Se alguém te ama, ame-o...

É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível

Precisamos acreditar, ter fé e lutar

para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,

realidade!!!







Frei Betto.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Garota Robotizada.

Como estamos vivendo, vale a pena? Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?' Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação! Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais... A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse. Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas... Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald... Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:... "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!! Frei Betto. Pequena biografia: Frei Betto (Carlos Alberto Libânio Christo),(Nasceu em 1945), quando jovem frade dominicano esteve envolvido com as lutas revolucionárias de seu tempo, com a política e a arte. Militante de esquerda, simpatizante da luta armada, se dividia entre os estudos de filosofia, o jornalismo e a assistência de direção de José Celso Martinez Corrêa na histórica montagem de "O rei da vela", pelos idos de 1967. É escritor consagrado, com inúmeros livros de sucesso, dentre eles "Fidel e a Religião", coletânea de entrevistas com o líder cubano. --

domingo, 29 de julho de 2012

A BATATA.

Augusta estava muito chateada porque Lívia havia perdido um DVD que levou emprestado. Embora a menina já tivesse pedido desculpas, Augusta não queria brincar com ela. E, para completar, disse que não perdoava e que não queria mais falar no assunto. A mãe de Augusta, Dona Luísa, não entendia como uma amizade tão antiga e tão bonita poderia acabar, de repente e por um motivo qualquer. Sugeriu então: - Vamos fazer o seguinte: enquanto você estiver magoada com sua amiga, você vai carregar esta batata pra todo lado. Ela será sua nova amiga. Augusta concordou, contando que não precisasse desculpar Lívia, pois achava que assim daria uma boa lição na garota. Passou então a carregar a batata pela casa. Quando foi tomar banho, lavou a batata, colocou perfume e até desenhou uma carinha na nova amiga. No outro dia, antes de ir para a Escola, a mãe perguntou: - Vai falar hoje com sua amiga Lívia? - Nem pensar... – respondeu Augusta. - Então leve a batata para a Escola. – disse firmemente a mãe. Augusta achou estranho, mas no meio da mochila, ninguém ia perceber. Durante o intervalo, lembrou que Lívia era uma amiga muito legal. Teve vontade de desculpá-la, mas era orgulhosa: achava que estava certa e que a amiga devia sofrer. No dia seguinte a mãe argumentou que alimentar sentimentos ruins prejudicava somente a quem sentia. Mas nada fazia Augusta mudar de idéia. E, conforme o combinado, enquanto não perdoasse a amiga, carregaria a batatinha. - Por mim tudo bem – resmungou a menina cheia de mágoa. Porém, no terceiro dia, a batatinha começou a ter um cheiro esquisito. Perguntaram o que havia na mochila. Augusta desconversou. - Não dá mais! A batata está cheirando mal! – disse aflita ao chegar em casa. - Mas foi você quem escolheu carregar mágoa – disse Dona Luísa. - E o que isso tem a ver com a batata? – quis logo saber. Então, calmamente, a mãe explicou que a batatinha simbolizava a mágoa que ela sentia pela amiga. E que os sentimentos ruins não faziam mal à Lívia, mas sim à filha, que estava emitindo energias negativas, semelhante à batatinha que cheirava mal. - Quando apenas dizemos que perdoamos, mas não esquecemos o que nos magoou, é como guardar a batatinha no guarda-roupa... Ficamos guardamos algo que só nos fará mal. Já pensou depois de um mês? - Nem quero imaginar. Augusta finalmente compreendeu que ódio e mágoa são sentimentos que prejudicam somente a quem os sente. Depois dessa conversa, Augusta perdoou Lívia e esqueceu completamente o que aconteceu. Ainda hoje, quando pensa em não perdoar ou guardar mágoa de alguém, lembra logo do cheiro ruim da batata que carregou, e trata logo de perdoar a pessoa e esquecer o fato. (História baseada em mensagem sem autoria, recebida pela Internet - Claudia Schmidt

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Resposta de uma professora à Revista Veja.

Abaixo estou enviando uma cópia da carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima "Aula Cronometrada". É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: "os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital" entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses "repletos de estímulos" que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola. Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje "repletos de estímulos". Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou, o que é ainda pior, envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina. Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas "chatas" só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso. Hoje, professores "incapazes" dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores "incapazes", elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração; Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de "cair fora".Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de "vaca","puta", "gordos ", "velhos" entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares. Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de "cair fora".Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de "vaca","puta", "gordos ", "velhos" entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares. Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos. Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!! Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e "incapazes" de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas. Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão. Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba! Mesmo quem não atua como docente, um dia passou por uma escola e tornou-se o que você é hoje!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Uma recordação dos grandes escritores.

Amigos reunidos: Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Mario Quintana e Paulo Mendes Campos na casa do cronista Rubem Braga, em 1966.




segunda-feira, 21 de maio de 2012

EDUCAÇÃO DOS FILHOS




NA EDUCAÇÃO DE NOSSOS FILHOS, TODO EXAGERO É NEGATIVO:

* Responda-lhe, não o instrua.

* Ajude-o, não o substitua.

* Abrigue-o, não o esconda.

* Ame-o, não o idolatre.

* Acompanhe-o, não o leve.

* Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.

* Inclua-o, não o isole.

* Alimente suas esperanças, não as descarte.

* Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê o exemplo.

* Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.

* Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.

* Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.

* Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.

* Não lhe dedique a vida, vivam todos.

* Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele "O OLHA".
* E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre

outra...
* Ensine-lhe a Viver sem Portas.
(Eugênia Puebla - Em: “Educar com o coração”, de Maria Cristina Ampessan)


Desaparecidos, vamos encontrá-los?


terça-feira, 8 de maio de 2012

Maledicência



Na escola, os amigos Mary, Fátima, Leon, Fábio e Vinícius adoravam ficar sentados nos bancos do pátio na hora do intervalo, reparando em todos que lá passavam e então comentavam:
- Olha! Lá vem a exibida da Petrô, rebolando pra chamar atenção dos meninos. Fiquei sabendo que ela tirou zero na prova de Português! – exclamava Fátima.
- Isso não é nada! Olha o Nelson, aquele dentuço. Ele nem sabe fazer contas, a única coisa que aprendeu foi chutar latinhas de refrigerante – dizia Leon.
- Vejam o Balofo do Magrão. Que engraçado esse apelido! Ele está mais para Baleia Assassina do que para Magrão. Até parece que ele é magro! Come merenda todo dia e deve pesar uns duzentos quilos!Ah! Ah! Ah! – ria Fábio.
- Ah! Vocês não sabem da última Estão vendo a Patrícia? Me disseram que ela está namorando o Ayrton. Vocês já imaginaram se a mãe dela fica sabendo? Não quero nem imaginar a surra que ela vai levar! – comentou Mary.
E assim eram os comentários maldosos até terminar o intervalo.
Um dia a professora Leonor entrou na classe e propôs:
- Bom-dia! Espero que todos estejam bem, porque na aula de hoje vamos contar ma história. Para isso, preciso de três voluntários.
- Eu! Eu! Eu! Eu! Eu!
Muitas crianças levantaram a mão, as a professora escolheu Leon, Fábio e Mary, propositalmente. Primeiro chamou Leon no corredor, fora da sala de aula e contou-lhe o seguinte:
A água é o elemento mais importante para a vida na Terra e este é o único planeta conhecido onde se encontra água no estado líquido. No Brasil existe a maior reserva de água doce do mundo e é, por isso, que devemos cuidar bem dos nossos rios, lagos, represas e nascentes.
- Que legal, professora! E o que eu devo fazer?
- Agora vamos chamar o Fábio e você irá contar esse mesmo fato para ele.
- Mas isso é muito fácil!Deixa comigo! Fábio, você sabia que o Brasil está cheio de água? É tanta água que até escorre pela Terra e quando ela fica encharcada, dá até enchentes! Por isso que não tem vida em outro planeta! Dá um trabalho cuidar dos rios e lagos!
- Muito bem! Leon, pode voltar para a sala de aula e, por favor, chame a Mary. Agora, Fábio, é a sua vez.
Conte aquilo que aprendeu para a Mary.

- Mary, no Brasil tem tanta água, que transborda e dá enchente. Tem gente até vindo de outro planeta para cuidar dos rios!
- Ótimo! Agora vamos voltar para sala e Mary vai contar o que aprendeu.
- Queridos amigos, tenho notícias de outro mundo! Para acabar com as enchentes do Brasil, os rios serão levados por gente de outro planeta. Não é demais? – contou Mary.
- Professora! – perguntou Charlie, o aluno mais inteligente da sala - Não posso acreditar nessa mentira. O que está havendo?
- Nada mais grave do que está acontecendo nesta Escola. Apenas disse que a água é o elemento mais importante para a vai da na Terra e este é o único planeta conhecido onde se encontra água no estado líquido, No Brasil existe a maior reserva de água doce do mundo e é por isso que devemos cuidar bem de nossos rios, lagos e represas e nascentes.
- Mas o que a Mary nos disse não tem nada a ver com isso – respondeu Charlie.
-Isso mesmo! Apenas fiz essa brincadeira para alertá-los e que não devemos ficar falando da vida dos outros, como se tem feito durante o intervalo, Isso é muito feio e além do mais, ninguém gostaria que ficassem olhando para si e comentassem sobre seus defeitos ou sobre sua vida, porque as pessoas acabam julgando e modificando os fatos que ouviram.Por isso que eu procuro analisar cada um de vocês valorizando o que cada um tem de melhor,para que possamos todos, aprender e crescer juntos.
Mary, Vinícius, Leon, Fátima e Fábio coraram, sentindo-se envergonhados pelas atitudes que tiveram.

Mensagem recebida por email.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Um recado para os pais.

Palavras de Darcy Ribeiro.


Notabilizou-se fundamentalmente por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia tendo sido, ao lado do amigo a quem admirava Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília, elaborada no início dos anos sessenta, ficando também na história desta instituição por ter sido seu primeiro reitor. Também foi o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Publicou vários livros, vários deles sobre os povos indígenas.


19 de abril - Dia do Indio.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Escola Agrotécnica - Barbacena, MG.

Escola Agrotécnica - Barbacena, MG


A Escola foi criada, pelo Doutor Diaulas Abreu, em 1910 pelo decreto nº 8.358 de 9 de novembro, assinado pelo então presidente Nilo Peçanha, como Aprendizado Agrícola de Barbacena subordinado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Constituiu o 1º passo para a instalação do ensino agrícola no país.  Suas atividades foram iniciadas em 14 de junho de 1913, no governo do Marechal Hermes da Fonseca
Em imponente estilo normando, a instituição possui uma área de aproximadamente 479 ha e uma grande diversidade de cursos, acompanhando as mudanças de cenários e sempre buscando atender as demandas da comunidade local e regional.

Colégio Imaculada Conceição, Barbacena, MG.


A arquitetura é uma réplica de um castelo na França.
No dia 8 de maio de 1895, cheia de amor pela formação da juventude barbacenense, a francesa Irmã Paula Boisseau funda o Colégio Imaculada Conceição. É dirigido, desde então, pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.


Meu primeiro inesquecível colégio.

domingo, 1 de abril de 2012

O EDUCADOR: PAULO FREIRE.


"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."


“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”

"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção."

"Onde quer que haja mulheres e homens,há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender."

"Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino."

"A humildade exprime, uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém."

quinta-feira, 22 de março de 2012

Em comemoração ao Dia da Água.

A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Apontamento, Álvaro de Campos.

“A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.

Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.

Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.

Não se zanguem com ela.
São tolerantes com ela.
O que era eu um vaso vazio?

Olham os cacos absurdamente conscientes,
Mas conscientes de si mesmo, não conscientes deles.
Olham e sorriem.

Sorriem tolerantes à criada involuntária.
Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.
Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.

A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?
Um caco.
E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem por que ficou ali.
(“Apontamento”; 1929)

Cosmopolita, trilíngue (inglês e francês, além do português natal), alma andarilha, Álvaro de Campos é o oposto de Caeiro. Gosta das máquinas e engrenagens e das sensações da grande cidade – esse é o seu lado eufórico. Mas também é o heterônimo de Pessoa que mais se desiludiu com a própria poesia, admitindo que tudo o que escreveu não passou de palavras, ilusão.

Para saber mais sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos, leia a entrevista com Fernando Segolin, professor de Pós-Graduação de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP e “pessoano” por excelência

Atenção, Professores!!!

Quarta-feira que vem (14/03) é o Dia Nacional da Poesia!

sábado, 14 de janeiro de 2012

OBSTÁCULOS DA VIDA.

Quando te sintas sob o frio do desengano, não creias que o esforço que despendeste no bem haja sido infrutífero.

O desarranjo de certa máquina te ensina a paciência.

O afastamento de um companheiro terá sido o meio de te acordar as energias adormecidas, para que te desenvolvas em ação mais ampla.

O dinheiro que te era devido e ainda na recebeste é um convite da vida que trabalhes mais e melhor.

A doença controlada ou vencida é uma lição que te auxilia a guardar a própria saúde.

Quando a crise te busque, lembra-te de que o obstáculo está simplesmente instando contigo para que recomeces a própria tarefa, outra vez.

(Livro: Neste instante. Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)
(texto recebido de Cristiano de Almeida)