terça-feira, 29 de julho de 2008

Trem de Ferro



Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vivendo o Texto Poético

Trem de Ferro é um poema de Manuel Bandeira, apresenta-nos um antigo meio de transporte, um trem cuja fornalha é alimentada a carvão: a maria-fumaça. Bandeira une o universo do trem com o universo do campo. O campo, com seus pastos, boiadas e canaviais, forma a paisagem que se vê do trem em movimento.
Dividi a turma em dois grupos e o ritmo dos versos foram seguidos dando-nos a imprensão de um trem seguindo nos seus trilhos.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Senhores Pais.



É duro ser apenas "o filho do..."
"Do dia em que nasci até hoje, a pergunta que mais ouvi foi "Então, você não vai fazer arquitetura?" Meu avô, pai, mãe, tio, primo, são todos arquitetos na família e nosso sobrenome é conhecido nesse meio.
"É natural a curiosidade, mas aos 15 anos comecei a ter certa repulsa pela situação. Não é nem receio de não atender às expectativas, mas a simples existência dessa expectativa em si me dá a sensação de não ser dono da minha vida.
"Por mais que eu nunca tenha escolhido arquitetura, sempre estive ligado à profissão. Desde os dez anos já era presença garantida nas festas do escritório do meu avô - onde sempre ouvia "Quando é que você vem trabalhar aqui..?".
"Não consigo me imaginar de jeito nenhum acompanhando uma obra por três anos - é tempo demais! Sempre desenhei muito, ouço dizerem que sou criativo e na escola meus trabalhos eram os mais bonitos. Por isso escolhi fazer design ou cinema. Gosto de produzir vídeos e já veiculei dois trabalhos na MTV, um inclusive ficou entre os Top 10 da emissora.
"Estou trabalhando numa produtora onde ninguém sabe quem é meu pai ou meu avô. Fui selecionado num processo normal e tenho orgulho disso.
"Tudo bem, filho de peixe, peixinho é, mas um pode ser atum, o outro salmão. Acho que ninguém quer ser conhecido como "o filho do Marcelo" ou "o neto do Roberto". Se isso acontecer um dia comigo é porque não atingi meu objetivo."

Rafael.