sábado, 22 de maio de 2010

Tudo é Atração.


Ismael Souto

Tudo é magnetismo no campo universal.
A gota d’água obedece aos imperativos da afinidade química, os sóis se harmonizam, através da atração, dentro da leis cósmicas.
Imantamo-nos uns aos outros, pelos laços do amor ou do ódio, e, pelo perdão ou pela vingança, algemamo-nos mutuamente.
Em razão disso, imaginar é centralizar energias na direção dos objetivos que nos propomos alcançar.
Quem ama e ajuda acende claridade sublime.
Quem odeia e perturba arremessa treva espessa para fora de si.

Nessa cadeia de manifestações da nossa vontade, todos nós magnetizamos, pessoas, situações e elementos, nas vibrações de nosso propósito atuante, para trazê-los ao nosso círculo pessoal.
Será o amanhã, segundo idealizamos hoje, tanto quanto hoje é o reflexo de ontem.
A mente estende fios vivos, em todos os lugares, por onde transitam os interesses que lhe dizem respeito e, através desses fios potentes e milagrosos, apesar de invisíveis, atingimos a concretização dos mais recônditos intentos.
Mentalizando, o homem sobe ao céu ou desce ao inferno, porque nós mesmos, segundo as diretrizes ocultas que preferimos, nos elevamos às culminâncias da luz ou nos arremessamos aos despenhadeiros da sombra.

Guarde, pois, cauteloso, a fonte dos seus pensamentos que a cada mundo, se fazem agentes ativos de suas deliberações no bem ou no mal, onde o seu espírito estiver trabalhando.
Toda criatura emite e recebe eflúvios e ondas de criação, renovação e destruição, no campo das idéias, porquanto a idéia é a força plástica, exteriorizante e inextinguível da alma eterna, no infinito do espaço e do tempo.
De acordo com os projetos que você apresentar à vida, a vida, que é a gloriosa manifestação de Deus, responderá a você com as realizações desejadas.
Subir e descer, esperar ou desesperar, lucrar ou perder, melhorar ou piorar, crescer ou reduzir, avançar ou estacionar resultam de nossa atitude interior.

Vigie o pensamento e a vontade, para que se desenvolvam e marchem, dentro dos moldes do ilimitado Bem e jamais se arrependerá, porque o próprio Cristo ensinou, de viva voz, que “o homem possui o seu tesouro onde guarda o coração”.

(Do livro “Nosso Livro”, Ismael Souto, Francisco Candido Xavier, Espíritos Diversos)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poema das Mães.



Giuseppe Ghiaroni

Mãe! hoje eu volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar e depois perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la.

Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me caiba este direito.

O direito de dar-te este desgosto,
de te mostrar nas rugas do meu rosto
toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires e expressão horrível
da minha máscara irreconhecível,
minha voz rouca murmurar:''Sou eu!"

Eu bebi na taberna dos cretinos,
eu brandi o punhal dos assassinos,
eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
eu fui vilão em todas as tragédias,
eu fui covarde em todas as batalhas.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz:
"Meu filho!", e chora.

E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que , nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!