terça-feira, 29 de julho de 2008

Trem de Ferro



Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vivendo o Texto Poético

Trem de Ferro é um poema de Manuel Bandeira, apresenta-nos um antigo meio de transporte, um trem cuja fornalha é alimentada a carvão: a maria-fumaça. Bandeira une o universo do trem com o universo do campo. O campo, com seus pastos, boiadas e canaviais, forma a paisagem que se vê do trem em movimento.
Dividi a turma em dois grupos e o ritmo dos versos foram seguidos dando-nos a imprensão de um trem seguindo nos seus trilhos.