EMPRESÁRIO DE SÃO LEOPOLDO
Silvino Geremia é empresário em São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul.
Eis o seu desabafo, publicado na revista EXAME:
"Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasar a vida das pessoas que tocam e fazem este país: investir em Educação é contra a lei .
Vocês não acreditam?
Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos para extração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muita pesquisa.
Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como os Estados Unidos e o Canadá.
Só dá para ser competitivo se eu tiver pessoas qualificadas trabalhando comigo.
Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia a educação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele um varredor ou um técnico.
Este ano, um fiscal do INSS visitou a nossa empresa e entendeu que Educação é Salário Indireto.
Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores que pagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossos funcionários, acrescidos de juros de mora e multa pelo não recolhimento ao INSS.
Tenho que pagar 26 mil reais à Previdência por promover a educação dos meus funcionários?
Eu honestamente acho que não.
Por isso recorri à Justiça.
Não é pelo valor em si , é porque acho essa tributação um atentado.
Estou revoltado.
Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu seja multado 1000 vezes.
O Estado brasileiro está completamente falido.
Mais da metade das crianças que iniciam a 1ª série não conclui o ciclo básico.
A Constituição diz que educação é direito do cidadão e um dever do Estado.
E quem é o Estado?
Somos todos nós.
Se a União não tem recursos e eu tenho, acho que devo pagar a escola dos meus funcionários.
Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado.
Mas também não aceito que o Estado me penalize por fazer o que ele não faz.
Se essa moda pega, empresas que proporcionam cada vez mais benefícios vão recuar..
Não temos mais tempo a perder.
As leis retrógradas, ultrapassadas e em total descompasso com a realidade devem ser revogadas.
A legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devem adequar-se aos novos tempos.
Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz.
E vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quem rouba a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registro algum.
Eu Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não tive muito estudo.
Somente consequi completar o 1º grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu primeiro emprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, paguei uma escola técnica de eletromecânica.
Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca terminei o curso de Engenharia Mecânica por falta de tempo.
Eu precisava fazer minha empresa crescer.
Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar.
Quis fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito comigo.
A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque muitos funcionários já estão chegando à Universidade.
O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais.
Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação poderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que recebe..
Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou na Justiça.
Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade de crescer...
E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essa oportunidade.
O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, que não teria qualquer aproveitamento prático na nossa Empresa Geremia.
No mínimo, ele trabalhará mais feliz.
Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz.
Adiei sua realização várias vezes porque, como cidadão consciente do meu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos meus 280 empregados.
Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia ter comprado Duas Mercedes.
Teria mandado dinheiro para fora do País e não estaria me incomodando com essas leis absurdas .
Mas infelizmente não consigo fazer isso.
Eu sou um teimoso.
No momento em que o modelo de Estado que faz tudo está sendo questionado, cabe uma outra pergunta.
Quem vai fazer no seu lugar?
Até agora, tem sido a iniciativa privada.
Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido o mesmo tratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que é dever do Estado.
As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonar seus programas educacionais.
Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os estudos de seus funcionários.
Não é o meu objetivo.
Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a despeito de eventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio mais precioso:
as pessoas.
Eu sou mesmo teimoso!...
Não tem jeito...
"No futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo e todos estão tristes.
Na educação é o 85º e ninguém reclama..."
EU APOIO ESTA TROCA
TROQUE 01 PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES
sábado, 30 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
CARTA DE ABRAHAN LINCOLN AO PROFESSOR DO SEU FILHO:
Nestes tempos em que pais incentivam bulling, não aceitam notas, questionam e ameaçam professores, passam a mão na cabeça de filhos atropeladores, brigões, marginais, frutos amargos de um tempo sem qualquer noção de limites, semeando uma sociedade que não valoriza a vida, vale a pena ler esta carta de um grande homem:
"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830
terça-feira, 12 de julho de 2011
Uma pausa para risos.
Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas?
Aluno: Purê de batata, senhor professor!·
Professor:- Joaquim, diga o presente do indicativo do verbo caminhar.
Aluno:- Eu caminho... tu caminhas... ele caminha....
Professor:- Mais depressa!
Aluno:- Nós corremos, vós correis, eles correm!
Professor: "Chovia" que tempo é?
Aluno: É tempo muito mau, senhor professor.
Professor: Quantos corações nós temos?
Aluno: Dois, senhor professor.
Professor: Dois!?
Aluno: Sim, o meu e o seu!
Dois alunos chegam tarde à escola e justificam-se:
- O 1º Aluno diz: Acordei tarde, senhor professor!
Sonhei que fui à Polinésia e a viagem demorou muito.
- O 2º Aluno diz: E eu fui esperá-lo no aeroporto!
Professor: Pode dizer-me o nome de cinco coisas que contenham leite?
Aluno: Sim, senhor professor. Um queijo e quatro vacas.
Um aluno de Direito a fazer um exame oral: O que é uma fraude?
Responde o aluno: É o que o Sr. Professor está a fazer.
O professor muito indignado: Ora essa, explique-se...
Diz o aluno: Segundo o Código Penal comete fraude todo aquele que se aproveita da
ignorância do outro para o prejudicar!
PROFESSORA: Maria, aponte no mapa onde fica a América do Norte.
MARIA: Aqui está.
PROFESSORA: Correto. Agora turma, quem descobriu a América?
TURMA: A Maria.
PROFESSORA: Pedro, me diga sinceramente, você ora antes de cada refeição?
PEDRO: Não professora, não preciso.. A minha mãe é uma boa cozinheira.
PROFESSORA: Artur, a tua redação "O Meu Cão" é exatamente igual à do seu irmão. Você copiou?
ARTUR: Não, professora. O cão é que é o mesmo.
PROFESSORA: Bruno, que nome se dá a uma pessoa que continua a falar, mesmo quando os outros não estão interessados?
BRUNO: Professora.
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segunda-feira, 11 de julho de 2011
Armas contra o futuro.
Alexandre Garcia 08 de Fevereiro de 2011 Armas contra o futuro
Na caminhada em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas, pedimos dois cocos para compensar o suor do calorão. A R$3,50 cada um, entreguei uma nota de 20 para o vendedor. Ele ficou me olhando e implorou: Patrão, me ajude! Dois de 3 e 50, dá quanto? Entendi que ele estava pedindo uma gorjeta; pensei em arredondar para 10 reais. Mas minha filha entendeu melhor e informou a ele: 3 e 50 vezes 2 dá 7 e o senhor tem que dar 13 de troco. Era isso. O homem, de uns 45 anos, vendedor de coco na zona sul do Rio de Janeiro, não sabia dar troco nas suas vendas. Minutos depois, acontecia o mesmo com um casal que pagava dois cocos com uma nota de 20 reais. Fiquei estarrecido e na maior tristeza. No meu país, nem sequer as operações aritiméticas fundamentais são conhecidas por quem precisa ganhar a vida.
Naquele sábado ainda teria outra surpresa. Ao chegar à Globo e abrir o computador, encontrei extenso e.mail de um bacharel em direito, protestando contra a exigência de exame para a OAB. O texto era prolixo, cheio de modismos, sem vírgulas, com erros de ortografia e pobre em argumentação. E, ao contrário do que pretendia o missivista, comprovava a necessidade de um filtro antes de admitir advogados nos tribunais. Além disso, mostrava também a mediocridade do ensino superior.
No programa Espaço Aberto, que apresento, os presidentes da Câmara e do Senado concordaram imediatamente comigo, em que a Educação é a maior das prioridades e das urgências deste país. Estranhei, porque na prática, pouco os políticos fazem pela Educação, além de declarações óbvias sobre a importância dela. E não conseguem me demover da constatação de que eles temem a Educação. Porque, afinal, o conhecimento liberta. E eleitor livre não aceita paternalismos. O maior mérito da Educação é que ensina a pensar. Portanto, ensina a julgar e a decidir.
Estamos atrasadíssimos. Não há como comparar um menino médio brasileiro com um uruguaio, por exemplo. A educação, no pequeno vizinho, faz parte da cultura como uma necessidade básica - e com qualidade. E começa em casa, onde se ensinam os deveres de cidadania. Por aqui, é uma tristeza. Se não reagirmos, não teremos futuro. Já se nota que os demais emergentes estão passando à nossa frente. Por um principal motivo: Educação. A China, há 30 anos, investe maciçamente em Educação. E não pára de crescer e de conquistar maior bem-estar social. Aqui, Educação é um perigo para os políticos e, por enquanto, uma arma contra o nosso futuro.
Alexandre Garcia é jornalista em Brasília e escreve semanalmente em Só Notícias.
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