terça-feira, 7 de setembro de 2010

CANTORIA DA CRIANÇA



"Hoje em dia um pequenino, já nasce tristonho e só, é dado para a enfermeira, não vê vovô, nem vovó, não ganha leite materno; nasce tomando leite em pó...."

Leandro Gomes de Barros

Sobre o mundo da criança
Alguém me manda escrever:
Quando quem pode é quem manda
Obediência é dever.
Gosto muito de meninos,
Mas não sei que fazer.

Quem nascia antigamente
Achava quem protegia,
Pai e mãe formavam dupla
Que velava noite e dia;
E dessa prova de amor
Qualquer criança sabia.

Chegasse o recém-nascido,
Parecia o viajante,
Parente do coração
Há muito tempo distante,
A família toda em festa
Ficava mais importante

Amigos traziam flores
De paz e satisfação,
A criança ouvia preces
De carinho e gratidão,
Sabendo-se recebida
Por dentro do coração.

Das razões do nascimento
Ninguém queria o porque,
A criança era beijada
De alegria, já se vê,
A mamãezinha no quarto
Amamentava o bebê.

Hoje em dia, um pequenino
Já nasce tristonho e só,
É dado para a enfermeira,
Não vê vovô, nem vovó,
Não ganha leite materno;
Nasce tomando leite em pó.

Não há mais festas nem preces...
Seja menino ou menina,
Que não se arranque do berço,
Que se aguente no arrozina*,
Em vez de colos e abraços
É vacina e mais vacina.

Mamãe vai para o trabalho,
A criança chora e chama,
Tem sede e fome de amor,
Mas ninguém lhe nota o drama,
Depois das mãos da enfermeira
Vai para os braços da ama**.

A ama vive no esquema,
O nenê quer conversar,
Papai, porém, não tem horas
Para carinhos no lar,
A mamãe regressa tarde,
Precisa repousar.

A criança tem de tudo,
Brinquedos, roupa enfeitada,
Aniversários em festa,
Televisão e mesada,
Mas dos pais de quem nasceu
Já sente rejeitada.

Aí começa o salseiro
Do lar a se decompor,
Rara é a criança que chega
Da vida superior,
Quase sempre é parentela,
Pedindo pousada e amor.

Sentindo-se em menosprezo,
O espírito renascente
Sem apoio que o renove,
Faz-se rebelde e doente,
Frio amargo e revoltado
Mesmo forte e inteligente.

Hoje, ouvindo professores,
Falando de educação,
Não sei quando o não é sim,
Nem sei quando o sim é não,
Só peço aos pais que observem
A lei da reencarnação.

Organizar o futuro
Para melhor é dever,
Mas aqui falo a verdade
Que todos devem saber:
O que se faz à criança
É o que vai acontecer.
(Do livro "Família", pelo Espírito Leandro Gomes de Barros, Francisco C. Xavier)

3 comentários:

Gleucia Maria Webster. disse...

Quanta modernidade! No meu entender, acho que está acontecendo isso mesmo. Antigamente, as mães ficavam mais em casa acompanhando seus filhos.
Agora, cooperam mais monetariamente com seus maridos na manutenção de seus lares.

Gleucia Maria Webster. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gleucia Maria Webster. disse...
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